quinta-feira, 27 de setembro de 2007

Queda em Poios

Foi no Verão passado que eu, o Chris e a Isabel fomos a Poios. Não era a primeira vez que lá estava, mas não deixou de ser impressionante escalar naquele vale magnífico, com paredes de calcário e um microclima muito agradável.
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Mas nem vou falar muito desses dias de escalada, que por si só tinham pano para mangas. Há uma foto que só recentemente tive acesso (roubei-a ao blog do Chris...) que é irrepetível. Um auto-retrato da Isabel, em espera para escalar, comigo em 2º plano num vôo de alguns metros, com uma expressão do tipo "ai onde me meti". Raramente se conseguem fotos de escaladores em queda. Aqui está uma bem engraçada.



terça-feira, 18 de setembro de 2007

Norge / Noreg

Olá amigos! Estou de volta à vida real, depois de uma incursão de 11 dias ao país dos Vikings, das florestas encantadas, dos trolls e do sol da meia-noite.
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Mas a Noruega mostrou ser mais do que encanto imaginado. As paisagens de cortar a respiração, os costumes, a língua completamente indecifrável, as estradas e os caminhos de ferro, foram o lado real de uma viagem ao país que injustamente chamamos o país do bacalhau.
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Mal cheguei tinha uma surpresa preparada. Voei ainda mais para norte, acima do Círculo Polar Ártico, para a cidade de Bodo, de onde apanhámos um Ferry para a ilha de Lofuten, um destino de Natureza impressionante, onde as fotografias falam melhor do que eu e são testemunhos de montanhas que saem a pique a partir do mar, e de ilhas e ilhotas recortadas num labirinto que faz perder o Norte.
O Gonçalo Cadilhe não chamaria a isto viajar, uma vez que usei o avião para me deslocar, mas nem todos, como ele, dispõem de tempo ilimitado para se deslocarem ao seu destino. Nem todos podem sempre usar os transportes terrestres para se deslocarem e poderem mais intimamente contactar com as populaçõese os costumes locais. Eu voei. Eu viajei assim para norte, sempre para norte desde que saí de Portugal.


Os Noruegueses usam a bandeira com um patriotismo que a nós até pode parecer estranho. Nunca um norueguês poria a bandeira pendurada na varanda, ou presa no vidro do carro, engelhada ao sabor do vento. Se nós temos a nossa nacionalidade como um dado eternamente garantido, com origens que se perdem no tempo, os noruegueses já fizeram parte de outras nações como a Islândia ou a Suécia, e apenas tiveram tempo para ter três Reis. Ainda não tiveram tempo para se esquecer de astear a bandeira num poste que orgulhosamente se ergue em frente de tantas casas. Ainda não deixaram de pensar o quanto é importante poder chamar ao seu país pelo nome, sem que haja outro a tentar reclamar as sua riquezas, a tentar modificar a sua língua.
A chegada a Lofuten foi já quase de noite. Uma sucessão de terras com nomes difíceis de pronunciar, e com um record de pequenez com a aldeia de A (lê-se Ô), levou-nos a um "jardim" natural na beira de uma grande enseada. O céu fazia adivinhar chuva. Mas o que estranhei foi a luz. Passava já das dez horas da noite e o céu ainda tinha as cores do pôr-do-sol. De um pôr-de-sol que dura horas, deixando-nos ver a nossa estrela a aproximar-se muito lentamente do horizonte, para descer abaixo dele por apenas algumas horas, e acordar-nos pelas cinco da manhã com o prémio da paisagem que se vê. O céu limpou . A chuva afinal não caiu e o dia ficou lindo.






A escalada estava nos planos iniciais desta viagem, mas um problema com o equipamento limitou as opções. Mas blocar com vista para o mar, com o sol a bater, e um banho de mar prometido acima do círculo polar Ártico, não me deixaram nada mal servido... A escalada foi dura e divertida. O sol aqueceu. O banho foi mítico e muito, muito rápido, como devem imaginar.


Depois da escalada, foi a caminhar que subimos. O alvo era a montanha da cabra. O caminho muito disfarçado, muito íngreme, mas lá chegámos algures a meio do pôr-de-sol interminável, com a cabra de perfil, para nos deliciarmos com mais uma paisagem de cortar a respiração, com lagos que pareciam fiordes e com fiordes que quase tocavam nos lagos. A vila de Svolvaer parecia mais um salpicado de ilhas unidas por pontes e constantemente atravessadas por barquitos que transportavam pessoas que levam vidas que não imaginamos. Vidas aquáticas, que mais fazem lembrar o Water World do Kevin Costner.
Sabem como é seco o bacalhau, o tão famoso bacalhau que jaz nos nossos pratos em cada natal? Pendurado nestas estruturas de madeira, que se podem ver por toda esta zona, que se pode chamar a capital da seca do bacalhau (já agora, se tiverem oportunidade de comer bacalhau fresco, não hesitem, é bem melhor...). Neste caso, apenas serviu para tornar pitoresco o nosso cenário. O que não foi nada pitoresco foi o facto de a lenha não arder. 4 tentativas. Roupa a cheirar a fumo. Uma frustação de alguém que se gabava de conseguir fazer sempre uma fogueira. Nunca tinha tentado na Noruega... na Noruega as fogueiras fazem-se difíceis.
O que não se faz difícil são os blackberries (mirtilhos). Por todo o lado os podemos apanhar, tal como estas pequenas flores que são comestíveis. Um verdadeiro pitéu da montanha...
Outro marco da viagem foi a caminhada até ao glaciar. Ou melhor, a tentativa de caminhada ao glaciar. É que se no mapa ele parecia "já ali", na verdade foram precisas 4 horas de caminhada para ficarmos... longe. As dimensões das montanhas enganam, e caminhar sobre o glaciar terá de ficar para outra viagem à Noruega. Desta vez tivémos de nos contentar com uma paisagem gelada de um verão que é constantemente refrescado por um mar de gelo nas montanhas, que um dia já cobriu todo o norte da europa, há cerca de 10.000 anos atrás.























Depois do regresso a Trondheim, foi a vez do comboio me levar até bem perto da fronteira com a Suécia. Um percurso ao longo de um rio, com o comboio a sair com uma pontualidade britânica, e um preço... norueguês. Tudo é muito caro e não contem pagar menos do que 300 Kronos (cerca de 36 €) para uma viagem de 3 horas,. Mas o cenário e a vila de Roros valeram a pena. Aconselha-se.

Novo regresso, e mais um carro alugado desta vez mais para o sul, com a Trollveggan (parede dos troll) como destino de escalada. Nada de escalada. Muito frio. Muita chuva. Na verdade uma verdadeira tempestade que até a mim, que adoro acampar, me fez pensar duas vezes e decidir por ficar numa típica cabana de telhado de erva. Não sei como ainda estava de pé pela manhã, com os ventos que subiam pelo fiorde a fustigarem sem tréguas a casita de madeira. Pela manhã, a neve cobria os topos das montanhas acima dos 600 metros. O Inverno chegara. Em Setembro...

































Os últimos dias foram passados a descobrir os recantos da cidade estudantil de Trondheim. Canais de água. Casas de madeira, como aliás por todo o resto da Noruega. Alguma vida nocturna. Muitas bicicletas por todo lado, que as pessoas utilizam diariamente. Igrejas luteranas, a igreja oficial do País. Aulas de Educação Física ao ar livre, com equipamentos que nós cá nem sonhamos. Pessoas que se mexem. Uma outra vida, pelo menos enquanto a cidade não mergulha na escuridão dos longos invernos do norte.
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Aproveitei a minha viagem para fazer uma pesquisa sobre danças tradicionais Norueguesas. O resultado foram três danças que trouxe para cá, e que estou ansioso para passar aos meus alunos.
E o regresso sempre tão reconfortante. Voando, porque não tive tempo para vir de outra forma. Mas mais cheio. De paisagens e da vida do País que não é só dos trolls e dos vikings nem das fadas e dos cogumelos gigantes, nem do bacalhau e da erva fresca. É de tudo isso e de muito mais.
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À Lisi, a amiga que me acolheu nesta aventura... Takk (obrigado). Foste a melhor!!!


quarta-feira, 5 de setembro de 2007

Noruega, here I come


Amiguinhos, mais uma vez vou deixar este nosso Portugalzito por uns dias. Desta vez vai ser mesmo antes de começar o trabalho a sério, e vou para o frio.

É que embora ainda seja verão, no norte da Noruega, para onde eu vou (Trondheim), já se está com 15 de máxima.

Se puder contar as minhas aventuras de lá, contem com isso, se não, até daqui a uns dias.

terça-feira, 4 de setembro de 2007

Golf

Pois é. Para quem me conhece sabe que eu sou o homem dos 1001 desportos, mas poucos me terão imaginado a jogar... golf.


Foi no campo da Quinta do Perú, perto de Azeitão, com o Mirito, o pai de uma amiga de longa data.


Comecei este post com uma pequena mentira. Eu não estive propriamente a jogar golf. Bati umas bolas no "driving range" (gostaram, gostaram?) e no "putting green" (bolas!..). Depois, pouco mais fui que um caddy, mas diverti-me muito a tentar perceber a forma como os vários grupos se seguem uns aos outros, a importância da escolha do taco, a distância bastante apreciável que tem de se precorrer a pé (ou de golf kart, para os preguiçosos), e os diferentes tipos de buracos que existem.


Ficam as fotos.


Hei-de voltar, para abrir mais uns buracos na relva :-)
Com o taco 4, com um bunker pela frente

A última tacada, o Putt

Esta foi só pá fotografia. Tiger Woods versão branca e portuguesa