Já lá vão 10 dias que voltei dos Picos da Europa, mas apenas agora venho escrever umas palavras sobre o que por lá passei.
A razão pela qual não escrevi mais cedo foi estar à espera das fotos da Lisi. Mas aconteceu um pequeno "desastre". As fotos que foram tiradas pelaa máquina dela (quase todas), perderam-se quando ela perdeu a máquina. Deve se estar super irritada com isso, porque já é a segunda vez que tal lhe acontece.
Ficam apenas as que tirei com o meu telemóvel, mas ficam na memória as imagens de montanhas que não sendo colossais, a mim me pareceram... colossais.
Entrei em Espanha bem de manhãzinha, depois de ter saído às 4... aqui o sol estava a nascer e foi uma acrobacia ter tirado esta foto em pleno andamento.

Já em Espanha, com o típico touro a provar, para os mais cépticos.


O abrigo finalmente chegou, mas como a tenda estava às costas, subimos mais um pouco até aos 1600m, e acampámos debaixo de um céu mais estrelado que nunca. O regresso foi na manhã seguinte, sempre por entre muitas, muitas vacas.


Outra caminha foi feita ao longo da garganta do rio Cares, como a Maria me aconselhou (obrigado), entre Poncebos e Caín, onde dormimos debaixo de uma chuva intensa e trovoada medonha.
A última, como não podia deixar de ser, foi para tentar ir à montanha mais alta, o Naranjo de Bulnes (ou pico Urriellu). A subida foi extenuosa, ao que não ajudou um nevoeiro cerrado constante, e ver passar um corpo numa maca transportada por uma equipa de resgate, vítima de um acidente na noite anterior devido a um relâmpago que atingiu um escalador.
Mas a descida é que acabou comigo. Decidimos regressar por um caminho diferente, passando pela aldeia de Bulnes. O resultado foi uma descida por caminhos de cabras (literalmente) de 4 horas, para voltarmos a subir durante 2 horas sem parar, com uma inclinação medonha, que me pôs a escorrer suor.
Mas no fim valeu tudo a pena. Ver o nascer do sol aos 2000m com o Pico mesmo ao nosso lado num nascer de sol surpreendentemente limpo. Vales verdes profundos. Veados selvagens. O silêncio. O facto de se ter conseguido. 2 horas depois estar-se a tomar banho no mar cantábrico e acampar na praia.
Valeu a pena.
Vejam como no transportávamos por lá. Ficavam todos a olhar para a mota que mais parecia uma mula de carga.
E claro que não podia faltar a bela da Cidra, num alpendre em Caín.
E cá estamos os dois, meio mortos, meio vivos, com a chuva a cair a potes.
A planear o dia seguinte no mapa.
Há muitos sítios para se ir neste Mundo, mas a este vale a pena regressar. Por ser como é. Por ser ali tão perto.
Até sempre Picos!